Quem foi seu avô número 300.000?

De onde você veio?
Um jeito diferente de ver a teoria da evolução

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  Se você tem uns 30 nos e todos os seus antepassados tiveram seus primeiros filhos mais ou menos nessa idade, o seu bisavô viu a Primeira Guerra Mundial. A Mãe dele, sua trisavô, passou a juventude no século 19. Seu tataravô, pai dela, nasceu quando a Califórnia era parte do México. E seu quinto avô estava vivo quando a família real portuguesa desembarcou no Brasil. 

   Dê um gás na sua máquina do tempo e você vai ver que o seu avô número 66 foi contemporâneo de Jesus Cristo. O 152 pode ter visto a pirâmide de Gizé em construção, caso tenha vivido no Egito. 
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   Mas e seu avô número 10 mil? Ele existiu. Senão, você não estaria aqui. Mas quem pode ter sido esse cara? Bom, ele não era exatamente um "cara". É que nessa escala de tempo a biologia se impõe sobre a história: esse seu avô número 10.000 ainda não era um ser humano moderno - Um Homo sapiens para valer. Tudo indica que se tratava de um Homo heidlbergensis - nosso antepassado mais recente na linha evolutiva, parecido com a gente, mas com menos cérebro a disposição. 

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   Não fica nisso, claro, se você voltar mais no tempo para fazer uma visita ao seu avô número 300 mil, vai ter uma surpresa maior ainda. Vai ver que esse sujeito não é apenas seu avô. Ele é antepassado de macacos também. Esse seu avô de número 300 mil, afinal, foi um dos indivíduos de 7 milhões de anos atrás que deram origem  duas espécies completamente distintas, o Homo sapiens  e o Pan troglodytes - o chimpanzé, nosso parente mais próximo na árvore da vida.
   Roubei de Richard Darwkins essa ideia de "avô número tal". O britânico criou essa imagens para o seu livro A Grande História Da Evolução, de 2014, como uma forma brilhante de visualizar o quão próximo estamos das outras espécies. Mas a honra de maior obra de divulgação científica do século 21 pertence a outro título: Sapiens - Uma breve História Da Humanidade, do historiador israelense Yuval Harari. Desde que a edição internacional foi lançada, em 2004, o livro não sai das listas de mais vendido - e apliou de forma inédita o interesse do público pela evolução humana. Só tem um detalhe: os últimos anos foram prolíficos em novas descobertas, que não entraram no livro. 


Texto de: Alexandre Versignssi (Diretor de redação da Super Interessante)

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